Nesta quinta-feira (12/03) o programa Sindeepres Entrevista recebeu o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado. O programa tratou de questões relativas à mobilização social dos últimos meses e também da Medida Provisória 665, que afeta diretamente o benefício do seguro desemprego do brasileiro.
Nascido no interior do Rio Grande do Norte, Pegado começou a participar dos movimentos sindicais muito jovem, na década de 70. Foi presidente do Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Norte, participou da reestruturação da Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e foi um dos criadores do Partido Geral dos Trabalhadores (PGT). “O PGT tinha a visão de defender os interesses dos trabalhadores no Congresso, sem depender de outros partidos. Conseguimos eleger diversos deputados e até concorri para a Prefeitura de São Paulo em 2000. Depois fizemos uma fusão com outro partido, de que me arrependo até hoje”, contou.
“Há quem diga que os movimentos sindicais vão morrer, mas vejo que há períodos cíclicos”, disse Pegado, que fez uma comparação com a mobilização social de 2013. “As pessoas precisam confiar nos seus líderes. Os movimentos sindicais e sociais andam juntos. Se não há confiança entre o líder e o trabalhador é um problema, assim como quando a população não confia em seu presidente”, complementou.
Por falar em confiança entre população e presidente, Pegado considera que há um abalo, principalmente por causa da MP 665, que altera o prazo para se ter direito ao seguro desemprego. Segundo ele, as alterações afetarão mais os jovens. “Com a mudança de seis meses para 18 meses ininterruptos, a retirada do seguro desemprego ficou mais complicada para os jovens, pois 54% deles ficam no emprego por um prazo menor. Com a exclusão da palavra ‘ininterruptos’ as coisas mudam um pouco”, disse.