Qual a trajetória da terceirização no Brasil? O Sindeepres, há cinco anos, divulga pesquisas sobre o universo da terceirização no País. Em outubro (17), o professor Marcio Pochmann, dando continuidade a esta série, apresentou a pesquisa inédita: Sindeepres, Trajetórias da Terceirização. Entre os temas que foram abordados, no período de 1985 a 2010, estão a evolução da quantidade de empregados e empresas de terceirização; da composição dos empregados em estabelecimentos de terceirização, da escolaridade; do salário médio dos empregados em estabelecimentos de terceirização; da participação relativa das mulheres no total dos empregados em estabelecimentos de terceirização, entre outros.
Na primeira parte há uma descrição geral do perfil do trabalhador ocupado desde a década de 1980. A segunda parte trata da evolução das relações de trabalho nas empresas de uso de mão de obra terceirizada.
Com base nisso, a pesquisa apontou uma elevação de 11,1% em média ao ano de trabalhadores terceirizados, e 16,4% das empresas com média anual, durante o período analisado.
Em relação a educação, houve aumento de participação dos empregados com o ensino médio, que passou de 5%, em 1985, para 59%. em 2010. A expansão também foi significativa em relação ao ensino superior. Em 2010, 9% dos trabalhadores possuíam ensino superior, ao passo que em 1985, menos de 2% atingiam o nível. E a medida em que houve melhora na escolaridade, também houve uma significativa elevação do salário pago ao trabalhador.
No quesito de faixa etária, a pesquisa revelou a significativa participação do segmento etário de 25 a 49 anos de idade.
De acordo com o professor Marcio Pochmann, a terceirização tem sido uma das principais formas de empregabilidade de trabalhadores. Isso ocorre devido a diversidade de contratações. ”Já foi maior nos anos 90, mas hoje temos mais de 10% dos postos de trabalho gerados no Brasil vinculados a terceirização. E este segmento vem sendo a oportunidade de empregos para jovens e para pessoas com mais escolaridade”, ressalta.
A pesquisa Sindeepres, Trajetórias da Terceirização é um instrumento para se conhecer melhor a evolução do trabalho terceirizado no Brasil. Utiliza-se como base um conjunto de dados sistematizados pelo estado de São Paulo, a partir das informações geradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – Relação Anual de Informações Sociais – e pelo Sindeepres, maior sindicato de trabalhadores terceirizados e temporários das Américas que conta com 160 mil Associados e representa mais de 500 mil trabalhadores na área de prestação de serviços de todo o estado de São Paulo.
De acordo com o presidente do Sindeepres, Genival Beserra Leite, a pesquisa é fundamental para corrigir possíveis erros e, dessa forma, melhorar ainda mais a atuação do Sindicato. “É muito importante a realização desta pesquisa, principalmente para a terceirização, que é um setor novo e que precisa de uma legislação para ampliar a segurança jurídica aos trabalhadores e aos empresários”, disse o presidente.
Com a apresentação da pesquisa Sindeepres, Trajetórias da Terceirização, o presidente do Ipea e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, Marcio Pochmann, dá continuidade a série de estudos sobre terceirização, que teve início em 2008 com três importantes pesquisas sobre o setor, são elas: Sindeepres, A transnacionalização da terceirização na contratação do trabalho; Sindeepres, A superterceirização dos contratos de trabalho e a Sindeepres, A sindicalização no emprego formal terceirizado no estado de São Paulo; uma parceria com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo – Sindeepres.