Segundo o dicionário wikipedia, “greve é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com oGenival Beserra Leite - Presidente propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios.

A greve é uma das ações que os trabalhadores utilizam para negociar com os patrões. Uma opção que só deve ser usada como instrumento de reivindicação em último caso, esgotadas todas as possibilidades de negociação. Foi dessa forma que o SINDEEPRES agiu nas tratativas da maior greve da sua história – a do Poupatempo/Lapa, que durou 43 dias.

Esse registro é importante, pois o SINDEEPRES, na luta pelos direitos dos seus associados e da sua categoria, não medirá esforços para que as empresas respeitem e valorizem os trabalhadores terceirizados.

O caso do Poupatempo/Lapa é emblemático. E por isso a Justiça fez valer o histórico de várias ações já julgadas pelo Tribunal e a necessidade de se valorizar esses trabalhadores. O julgamento da greve, no último dia 30 de janeiro, é histórico e vai ficar na mente de todos nós, sindicalistas, trabalhadores e sociedade. Foi uma importante vitória coletiva.

Uma vitória que também traz um recado para o mercado de trabalho e para as empresas não só de São Paulo, como de todo o Brasil: não dá mais para não respeitar o setor que mais emprega no País, que é a porta do primeiro emprego, que gera renda e muito desenvolvimento econômico. Por isso se faz urgente uma lei clara e justa, que coloque esse setor num patamar de respeito. É o que o SINDEEPRES tem cobrado do Congresso Nacional.

E isso começa pelas empresas do setor. Os empresários precisam entender que melhorar as condições de trabalho e de salário só ajudará a consolidá-lo. Ao tornar esse mercado um fator de sucesso e tirar o estigma de precarização, que sempre é usado, mas que nem sempre é justo.

A vitória no episódio do Poupatempo/Lapa faz lembrar a garra dos trabalhadores e trabalhadoras, que não esmoreceram, que resistiram bravamente até o final, que tantas vezes lotaram o auditório do SINDEEPRES. Foram muitas manifestações, passeatas, panfletagens e audiências, muita chuva, muito sol, muito frio.

Trabalhadores que são um exemplo de como se deve fazer uma manifestação, sempre pacífica e com foco e organização. O que inclui a determinação e organização do Departamento Jurídico deste sindicato, do seu corpo de advogados e técnicos, que merecem o muito obrigado de todos nós!

O SINDEEPRES agradece também a Justiça do Trabalho e o Ministério Público, que têm olhado com presteza para o resguardo das leis de proteção do trabalhador. E também à sociedade, que, apesar de perder o atendimento, sabe que a luta é justa e que o trabalhador tem de usar todos os meios pacíficos (como a greve) para defender o pão de cada dia.

Mais uma vez o SINDEEPRES faz história, não só pelo tempo de greve – uma das mais longas paralisações da iniciativa privada no País – como pelo seu caráter pacífico.

Fica o recado: é preciso respeitar a terceirização. É preciso melhorar cada dia mais os salários e os benefícios pagos. Com isso todos ganham!

Genival Beserra Leite
Presidente do SINDEEPRES