Genival Beserra Leite - PresidenteCertamente, quando foi instituído o Dia do Trabalho, não se imaginava a transformação pela qual as relações de trabalho iriam passar nas décadas seguintes. Até mesmo as manifestações em comemoração ao dia passaram de protestos a festas populares. Muito disso se deve à organização e à evolução em que se constituíram.

Embora hoje festejamos, não deixamos, no entanto, de brigar pelos nossos direitos. Hoje, temos diversas outras reivindicações a fazer, não somente a redução da jornada de trabalho, como reivindicaram os trabalhadores americanos que marcaram o 1° de Maio, em 1886. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os auxílios alimentação e transporte, cesta básica, entre outros itens garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já fazem presença constante nas pautas de negociações com as empresas, graças também à organização sindical que se desenvolveu ao longo do tempo.

A relativa melhora do emprego formal nos últimos anos mostra o amadurecimento que as relações trabalhistas vêm alcançando. Prova disso, são os serviços terceirizados dos quais representamos seus trabalhadores. Há também o Trabalho Temporário, que funciona assim como um trabalho formal, mas com prazo definido. Ou seja, atualmente, o Trabalho é um sistema complexo que precisa de atenção em seus nuances.

Como nos adaptar a essa constante mudança? Acredito que o Dia do Trabalho e suas comemorações vêm para refletirmos sobre tal situação. Devemos evoluir na mesma medida e identificar quais as necessidades prioritárias. Digo, por exemplo, que com a crescente demanda pelos serviços especializados e o aumento da oferta de empregos, o nosso maior foco e o grande desafio é a qualificação desses nossos trabalhadores.

De fato, não é uma necessidade recente, mas a qualificação na prestação de serviços é ainda mais requisitada, de modo que a demanda pela terceirização se faz necessária na atualidade. Hoje, portanto, podemos comemorar nossas conquistas, mas não deixemos de refletir sobre como podemos melhorar as relações entre patrão e empregado, de forma que haja progresso para ambas as partes.

Genival Beserra Leite
Presidente