Os trabalhadores terceirizados do Poupatempo de Santos aceitaram no dia 18 de junho, em audiência de conciliação realizada em São Paulo pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), Dr. Francisco Ferreira Jorge Neto, os termos do acordo com o Consórcio Santos Poupatempo.
Segundo o presidente do SINDEEPRES, Genival Beserra Leite, a proposta foi aceita por unanimidade pelos funcionários. Ele considera o acordo uma grande vitória, pois representa um avanço na questão da terceirização dos Poupatempos em todo o estado de São Paulo.
A partir do dia 1º de maio de 2012, o salário passou a valer R$ 844,87, o vale-refeição foi para R$ 11,00. Já o vale-alimentação aumentou para R$ 70,00.
“Foram 29 dias de muita determinação, mas nós, trabalhadores, estamos felizes, sim, com o acordo, ainda que ele não represente tudo que pedimos. Diante do cenário foi uma grande vitória, para a qual a participação do SINDEEPRES foi fundamental.
Os funcionários do Poupatempo Santos estão descontentes com as condições de trabalho e com o salário há algum tempo, mas sempre aceitaram todas as condições impostas. Pela primeira vez um grupo decidiu lutar. Com essa vitória, mostramos principalmente aos companheiros que não aderiram ao movimento ou que não acreditaram nele que somos capazes, sim, e que podemos fazer a diferença e lutar pelas nossas causas.
Todos estão de cabeça erguida e agora sabem o caminho para se defenderem. A semente foi plantada”, explica Thiago Andrade Sousa, funcionário do Poupatempo Santos e membro da comissão dos trabalhadores.
O movimento por melhores condições salariais e de trabalho, que estava sendo realizado na forma de “operação tartaruga” desde o dia 21 de maio, foi dirigido pelo SINDEEPRES, que não mediu esforços para defender os objetivos dos trabalhadores do Poupatempo.
Na tentativa de encontrar uma alternativa pacífica para o caso, o presidente do SINDEEPRES, Genival Beserra Leite, e membros da diretoria do sindicato realizaram várias assembleias com os trabalhadores, participaram de mesas redondas na Delegacia Regional do Trabalho de Santos, de audiências de conciliação no TRT-2 e de reuniões com a presidência do Sindeprestem, sindicato patronal da categoria. Além disso, o SINDEEPRES encaminhou carta aberta ao governador do estado, Geraldo Alckmin, e à sociedade e ganhou na Justiça o direito de realizar o movimento com os trabalhadores nas proximidades da sede do Poupatempo.
IGUALDADE
Desde o ano de 2009 o SINDEEPRES vem cobrando das empresas e do governo estadual a necessidade de padronização do piso salarial e dos benefícios para os empregados das empresas prestadoras de serviços para os Poupatempos do estado de São Paulo.
O Sindicato considera inadmissível que funcionários terceirizados dos Poupatempos, como no caso do de Santos, realizem o mesmo trabalho dos trabalhadores de outras praças do estado de São Paulo, mas em condições diferentes de renda e benefícios.