Desde que um escritor começou a colocar suas impressões numa folha de papel e sentiu a necessidade de que suas ideias fossem transmitidas, existe a profissão do distribuidor de panfletos. Para dar uma noção da importância, muito do que foi redigido durante a Revolução Francesa e a Independência Americana só chegou às mãos de seus receptores graças ao esforço desses profissionais.
Numa definição rápida, os distribuidores trabalham no intuito de levar anúncios ou informações a fim de ‘atingir’ o maior número de pessoas. Mesmo com o advento da internet, e-mails e redes sociais, a panfletagem é a melhor maneira de fazer sua mensagem chegar diretamente aos potenciais clientes.
Márcio dos Santos Amorim começou a ser entregador aos 16 anos na LV. Com tanta experiência, hoje é Supervisor e acompanha os distribuidores pelos logradouros de Santo André, cidade da região metropolitana de São Paulo. “Adoro trabalhar na rua. Você acaba se distraindo, conhece vários lugares, muitas pessoas. É realmente bom!”, avisa.
Por trabalhar diretamente com o consumidor final, é comum receber em troca diversos tipos de opiniões. “Às vezes dizem que está caro, damos o máximo de atenção possível e fazemos anotações para repassar à empresa”. Sobre algum entrevero com moradores, Márcio nega, mas reconhece alguma dificuldade. “Tem morador que não aceita, pede para não receber. Cada um tem o seu motivo e temos que respeitar”, alega.
Com uma carga horária de 9 horas diárias, Henrique Silva, entregador em São Vicente, afirma que a programação de entregas é determinada muito pelo ritmo das promoções. “Começamos a entrega sempre um dia antes das ofertas que serão anunciadas”, explica.
Márcio diz que às vezes realizam treinamentos, mas que não é um trabalho difícil e que o grande segredo é o mesmo de todas as profissões: gostar do que faz. “Precisa apreciar! Não dá para entregar de qualquer jeito. O distribuidor tem que colocar na cabeça que está levando informações importantes para os clientes”, alerta.
Os profissionais dizem que há aqueles que, por vezes, ao invés de realizar a entrega, joga fora os panfletos. “Gostando ou não da marca ou loja, nós temos que entregar com qualidade, para que a empresa tenha retorno”, alerta Henrique. “É como no futebol: se te mandarem uma bola quadrada, você tem que dominar no peito e sair jogando”, finaliza Márcio.