Boa parte dos países tidos como grandes economias mundiais faz uso do trabalho temporário para a empregabilidade em curto e médio prazo. Recentemente, um relatório divulgado pela Confederação Internacional das Agências de Emprego (International Confederation of Private Employment Services – Ciett) apontou que aproximadamente 58% dos temporários efetivados nos Estados Unidos acreditam que essa experiência ajudou na contratação.
Quem reforça essa expectativa é o presidente do SINDEEPRES, Genival Beserra Leite. “Além de ser a porta de entrada para ingressar no mercado de trabalho, muitos dos trabalhadores temporários conseguem ser efetivados. Não podemos esquecer também que toda a chance de estar no mercado de trabalho é uma grande oportunidade para se aprender, conhecer pessoas e aprimorar os conhecimentos”, afirma.
No estudo “A transição no cenário de empregos temporários e gerenciamento interino”, organizado pela empresa de recrutamento Michael Page, o trabalho terceirizado é encarado de forma positiva em grande parte do mundo. Para se ter uma ideia dos números, aqui no Brasil, 77% dos entrevistados aprovam a terceirização. No Reino Unido e Irlanda, 75%. Na Holanda, 72%, enquanto que França e Suécia têm 64% de aprovação.
Devido a esse cenário, o mercado está buscando o trabalho temporário muito mais do que antes. Em épocas como as atuais, em que há incertezas econômicas e políticas, as empresas precisam produzir grandes demandas e não podem reduzir drasticamente a sua quantidade de funcionários.
É aí que surge a oportunidade de recrutar funcionários temporários, para prazos sazonais ou demandas específicas, e todos saem ganhando: o funcionário consegue uma renda momentânea, fora da informalidade e tem a possibilidade de conhecer pessoas e de fazer contatos. A empresa assegura as próprias necessidades pelo período que achar necessário, enquanto que o Governo arrecada impostos com essa situação.
“Gostei sim de trabalhar como temporário. E já tenho proposta da empresa que estava trabalhando para ser efetivado”, afirma o porteiro Édson Vieira Santos que só não tinha aceitado ainda a oferta porque queria analisar o mercado de trabalho. “Vi algumas vagas sendo anunciadas”, confidencia.