O movimento sindical tem um papel importante na democratização do desenvolvimento. É da luta de trabalhadores que o desenvolvimento e o bem-estar social são conquistados ou mantidos.
Os sindicatos usam como forma de luta vários instrumentos, entre eles: as greves, as negociações, os acordos coletivos, as paralisações, as manifestações, os atos públicos, as reuniões e as assembleias.
Mas o sindicato também precisa evoluir nesses instrumentos. Além de usar essas ferramentas, é necessário ter o cuidado em oferecer serviços de qualidade ao trabalhador, seja por meio do atendimento nas sedes e subsedes, seja na oferta de lazer, de cursos etc.
E o sindicato deve parar por aí? Não! Definitivamente, não!
O sindicato moderno deve investir na obtenção e na divulgação de dados sobre o mercado de trabalho do qual ele está vinculado. A tradução disso é que o trabalhador precisa conhecer e reconhecer sua situação e o que tem conquistado, em termos de salário, de condições de trabalho, de quem atua e de quem contrata.
O trabalho de pesquisar o seu mundo – sua realidade – é algo que não pode ser desconsiderado, o sindicato não pode ficar na dependência de órgãos do governo ou de pesquisas de respostas aos questionários. É preciso investir, em médio e longo prazo, no registro, na sistematização e na metodologia de mensuração de dados.
Este trabalho deve ser prioritário para todo e qualquer sindicato, para todo e qualquer grupo de trabalho, seja de empresas, Ong´s, associações etc.
No caso dos trabalhadores terceirizados mais ainda, pois até o Sindeepres iniciar a organização de pesquisas, quase ou nada se sabia desse mercado de trabalho. O que se sabia, em geral, é que é uma área que cresce. Que tem problemas etc. Mas se só geram problemas, por que cresce? Qual a razão de muitas empresas e órgãos de Estado partirem para a contratação de terceirizados? Se for um fenômeno mundial, por que só o Brasil não tem uma regulamentação?
Mas uma pergunta que não quer calar é qual a trajetória da terceirização no Brasil?
Como um sindicato que não foge às suas lutas, o Sindeepres organizou a maior série de pesquisas sobre o tema, tendo a frente Marcio Pochmann – professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, atualmente presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O sindicato abriu sua base de dados para que se conhecesse: o perfil desse trabalhador; a evolução da quantidade de empregados e empresas de terceirização; a evolução da composição dos empregados em estabelecimentos de terceirização, segundo escolaridade; a evolução real do salário médio dos empregados em estabelecimentos de terceirização; a participação relativa das mulheres no total dos empregados em estabelecimentos de terceirização; entre outros dados.
Agradecemos a parceria com o Ministério do Trabalho e com o professor Marcio Pochmann, uma referência na pesquisa sobre mercado de trabalho.
Lembramos, contudo, que essa nova pesquisa é a primeira de três trabalhos que divulgaremos até o fim deste ano e início de 2012.
Genival Beserra Leite
Presidente