Em tempos de Copa do Mundo da Fifa, em meio a protestos dos mais variados, nos perguntamos por que essa Copa
não é nossa.
Quando da escolha do Brasil para sediá-la, quase que, unanimemente, todos vislumbrávamos os pontos positivos que esse evento internacional traria para cada brasileiro e brasileira.
O tempo passou (cerca de sete anos) e vimos que muito do tal “legado” ficou na proposta. Decerto que muitas obras de infraestrutura foram entregues, mas muita coisa ficou para depois da Copa – o que não é de todo ruim.
O que não foi bom foi a sociedade não ser incluída no debate sobre como melhor realizar a Copa no Brasil.
Não houve uma proposta (ou meta) de trazer a sociedade para o processo, de fazê-la sentir que a Copa, de fato, seria do (no) Brasil. Interesse sempre houve. Algumas consultas à população teriam resolvido algumas questões básicas.
Por exemplo: as cidades-sede deveriam ser confirmadas pela população em eleição democrática. Esses referendos mobilizariam o povo e poderiam ter sido feitos junto com as eleições normais, sem gasto extra. Assim, a cidade que tivesse aprovação de seus habitantes teria respaldo para assumir os gastos com a infraestrutura necessária.
Mas o que ocorreu, de fato, foi uma escolha política, pela qual a população não se sente responsável. E, agora, cobra. E tem que cobrar mesmo!
Outra sugestão básica seria criar conselhos técnicos/sociais para acompanhamento das obras. Esses grupos seriam indicados pela sociedade e seriam formados por profissionais das áreas envolvidas (engenheiros, arquitetos, gestores etc.) e por cidadãos comuns, que poderiam observar diversos problemas e antecipar sua solução. Isso tornaria mais difícil o mau uso de dinheiro público.
Ideias não faltam. Pena que a gestão da organização do evento tenha sido acanhada. Sem falar no fato de que a Fifa, a dona da bola, mandou e desmandou no governo (e nos governos). Assistimos, pasmados, recomendações das mais esdrúxulas. E ficamos calados…
Mas a população pode responder sempre, mesmo depois da Copa. As eleições estão aí para uma avaliação. E com certeza as cidades serão lembradas das falhas de gestão ocorridas nesse grande evento.
Enfim, agora é curtir o torneio e torcer para que o Brasil não faça feio dentro de campo. Arenas grandiosas foram erguidas. O palco para o espetáculo ocorrer está montado.
Nossa torcida é para que todos os envolvidos na organização desta Copa aprendam com os erros e também com os acertos – que também foram importantes.
Não devemos esquecer que depois da Copa já respiraremos as Olimpíadas no Rio.
A Copa é nossa, pois será em nossa casa. Vamos receber bem a todos e mostrar o que o Brasil tem de melhor: seu povo, sua cultura, seus pontos turísticos fantásticos. E, é claro, seu futebol.
Boa torcida para todos!
Genival Beserra Leite
Presidente